quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

O QUE É PENSAR ?

O ato de pensar é automático e inerente ao ser humano, o distingue dos animais e pode ter diferentes significados.
Para a filosofia pensar é refletir com crítica e criatividade, é duvidar e investigar para chegar a conclusões possíveis. Para a ciência pensar é organizar as informações de forma metódica e sistemática, para chegar a respostas definitivas. Para a religião, pensar é acreditar, a resposta para as questões humanas e mundanas vem de razões divinas e celestiais.
Dois estudiosos se aprofundaram nas questões relativas ao pensamento: Dewey e Lipmam.
Para Dewey , há 4 conceitos de pensar que se sucedem em ordem progressiva: pensar é tudo aquilo que vem à cabeça, tendo lógica ou não; é imaginar a continuidade das informações disponíveis; é organizar convicções, formulas suposições e num sentido mais amplo: pensar é uma atitude filosófica, é refletir sobre os fundamentos das convicções.
Lipmam falou sobre “educar para o pensar”, pensar por si mesmo, que significa mais do que memorizar conclusões prontas, é reaprender a ver o mundo.
Como escreveu Freire, professores não são transferidores de conhecimento; pois transmitir conhecimento pronto pouco contribui pro desenvolvimento pessoal.
Os conhecimentos armazenados são importantes, mas nossa memória é seletiva e dinâmica e não arquiva os dados com precisão nem os acessa de forma mecânica. O que atrai a descoberta e possui significação é memorizado de forma privilegiada.
Educar para o pensar é promover a capacidade de pensar de forma crítica e criativa.A importância de educar para o pensar é imensa: desenvolve a capacidade autodirigir-se e autocorrigir-se, liberta da submissão a ideologias e pessoas, cria o hábito da meditação e reflexão, questiona e critica preconceitos, paradigmas e relações de poder.
Pensar certo é manter a noção do que não se sabe, é não fechar-se ao conhecimento pronto; uma mente aberta pode criar um mundo novo.



Neyva Daniella Souza
Acadêmica de pedagogia e história da UNIASSELVI

"Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo." ( Clarice Lispector)


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