terça-feira, 12 de maio de 2009

Crianças Ansiosas - Parte 1

Depois de peregrinar por inúmeros consultórios pediátricos cheguei a conclusão: não basta ter dinheiro pra pagar uma consulta, um bom convênio,com um médico de família, ou um pediatra renomado que alguma amiga indicou.Que profissionais estão preparados para atender nossos filhos?Uma consulta vai muito além, de prescrever remédios para vermes,antibióticos, e vitaminas.O histórico de nossos filhos, é mais do que as doenças que ele já teve, as vacinas que tomou, seu peso ao nascer.Após constatar, o que eu já desconfiava, que os exames clínicos mostravam que a saúde do meu filho era perfeita, os sintomas desagradáveis não desapareciam.Foi aí que descobri a "Dra Relva" e ela me ajudou a descobrir o meu filho.Entendi perfeitamente o sentido da Pediatria Radical.Qual seria de fato a raiz de todos aqueles transtornos pelos quais meu filho passava?Seria psicológico, genético, temporário, nutricional, ambiental,enfim....que quantidade incrível de fatores constitui uma única criança.Quantas camadas a compõe, que quantidade de influências recebem das nossas mentes,famílias,histórias, memórias, gestos, palavras...Intencionalmente ou não.Antes de mais nada era preciso romper o paradigma da" mãe perfeita" eadmitir que sim, eu estava precisando de ajuda.Era preciso calar aquela "vozinha culpada" que mora dentro de cada mãe.Porque não exitamos em tratar uma amidalite com antibióticos, mas podemos demorar a procurar ajuda em transtornos psicológicos?E mais: porque a voz dessas mães, que se deparam com situações assim, não é ouvida?
Porque os narizes torcidos e caras de : "Isso é frescura, é coisa da tua cabeça".Felizmente existem pediatras(imagino que outros devam existir, apesar de não conhecer), como a Dra Relva, que está tratando meu filho e compreende a criança nesta complexidade absurda."Mas meu filho é brilhante, perfeito, é o sonho de toda mãe" - pensava eu.Eis a questão:As vezes este brilhantismo é um fardo difícil de carregar.
A criança quer sempre se superar, acha que o amor dos pais,é condicionado a esta superação.É um diálogo silencioso, porém real, não sabemos quando começa, nem onde pode acabar.Os sintomas que a criança apresenta, são o grito que o corpo dela dá,avisando que há algo errado. Algo, que exames clínicos, balanças e termômetros nem sempre mostram, muito menos, explicam.A raiz é mais profunda.Ouso dizer, embora sem respaldo para tanto, além da minha própria experiência, que a maioria dos males que afligem nossos filhos, tem um fundo psicossomático.Essa mulher, com poucas palavras, me ensinou a olhar meu filho , com olhos famintos de quem quer ver além,e dizê-lo, com gestos, palavras e sorrisos:
"Eu estou aqui. Eu amo você. Não me importa se você é brilhante, ou não, eu te amo, porque és meu filho.Eu te gerei,alimentei, dou meu carinho, roupas, brinquedos, boa escola, mas se isso não está bastando, vamos lá: descubramos juntos, a causa do que te aflige.Farei isso com gosto.E todo dia, e sempre.Farei, porque te amo.Se você precisar de remédios e de ajuda de outras pessoas, eu te amarei do mesmo jeito.Não há nada que você possa fazer para perder o meu amor.Meu amor não está condicionado nem as suas notas, ao seu desempenho esportivo ou sua aparência física.Vamos lá meu filho: Mostre-me o que te faz feliz.E o que não te faz feliz.Não perguntemos, "porque", mas: Como faremos agora?Você é capaz, você pode, sigamos em frente.Conte-me seus medos e eu lhe revelarei os meus, assim saberás que não estais sozinho.Veja: eu errei e erro.Eu também choro e tenho medo.Vou proteger você sempre. Estou aqui para sempre, conte comigo.Me dá a sua mão."
Deixo este relato a todas as mães.Não poupem esforços a fim de ajudarem seus filhos, com olhos atentos , peçam ajuda, a fim de lhes desvendarem a alma e o segredo do coração.Ajudem-nos a encontrar a resposta dentro de si.Não se contentem com paliativos, frases feitas, jargões e meias verdades.Todo problema tem sua raiz, ele se revelará, mesmo que seja profunda.Nada fica oculto aos olhos de quem ama.

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